Vida de Merda - Cap. 2

Então, né. Acho que agora é uma boa hora pra se fazer um flashback. O garoto estava de férias e ele tinha organizado com seus amigos pra jogar um pouco de League of Legends. Naquele dia, ele tinha decidido jogar de Caitlyn, a xerife de Piltover. Detalhes, detalhes... Isso não vem muito ao caso.

Na verdade, a ideia é que ele estava feliz. Skype ligado, headset na cabeça e volume tuchado no máximo! Praquela madrugada era o programa perfeito. Até aí tudo bem, o problema é que chega uma mensagem, duas, três... Ah, ele nunca teve culpa, o headset com o volume no máximo nem daria pra ele escutar direito o que tinha em volta.

E adivinha? Era ela... Ah, mas como ela ficou brava porque o garoto não tinha respondido as mensagens. E lá ele tinha culpa? Diga-se de passagem que sim, ele bem que poderia deixar o seu celular do lado ou na sua frente, respondesse quando tivesse sido morto e quando demorasse pra dar respawn.

Sabe, aquilo de certo modo estragou a noite do garoto. Mas deveras... Eles brigavam desde sempre. Dois leoninos em conflito acho que não deve ser uma coisa muito legal de se ver. Orgulho à flor da pele, nenhum aceita seus erros.

Isso me faz lembrar de uma vez que ele soube que a garota tinha arrumado um namorado e veio dizendo a ele que não iria mais mandar mensagens. Caramba, plenas 1 hora da madrugada e uma mensagem dessas? O sono foi até embora. E começa um debate, nenhum dos dois cede. Xingos de cá, xingos de lá...

Há quem diga que essa garota só o fez mal, há quem diga que nem tanto ou até mesmo que serviu pra ele repensar bastante suas atitudes. Hmm... um pouco dos dois, dirá a maioria. Claro que o garoto é incontrolável quando sente raiva, apesar de as vezes com razão, mas acho que não é motivo pra querer sair esmurrando paredes ou qualquer coisa que se vê pela frente.

Até seu cachorro estranha quando o garoto fica nervoso. Sabendo disso, o carinhoso animal fica cada vez mais perto de seu dono na tentativa de acalmá-lo. Como ele é fofo, vou te dizer. Um Terrier Brasileiro, ou Fox Paulistinha se preferir, de 15 ou 16 kg, mais ou menos. Late como nenhum cachorro latiu antes, e pela encheção de saco que esse cão dá, só mesmo o seu dono pra amar ele incondicionalmente.

Mas vamos de volta à nossa história, antes que se desvie demais. Bem, o garoto acho que não aguentava mais. Foi muita pisada que ele sofreu, muito BULEM, como dizem por aí hahahahahaha!

Por um lado, foi muito legal. A troca de carinhos, os apelidos e tudo o mais. Só que por coisas mínimas, o garoto e a garota sempre brigavam. Por um comentário de fotos do facebook ou até mesmo porque as mensagens da TIM nunca chegavam. Poxa, ele também tem amigas e gosta de ser carinhoso, apesar de em alguns pontos ela ter razão, devido a exageros.

Quanto à operadora... Ora! Quem disse que tinha culpa? A cada 10 mensagens da TIM enviadas, 11 nunca chegam a seu destino. Quissá as ligações, então??? Era preciso umas 20 tentativas para que os dois conseguissem uma conversa ao telefone.

    O garoto sempre dizia que se não fosse difícil, nunca teria graça. Mas como que ele que já havia repetido o mesmo erro tantas vezes, conseguia nunca resolver o mesmo problema? Ingenuidade, talvez? Há quem diga que sim. O próprio garoto sabia que era ingênuo demais. Parecido com Ezio Auditore e até mesmo com Altaïr Ibn La’Ahad, quando começaram na ordem dos Assassinos, acreditando cegamente nos ensinamentos de sua ordem e incrédulos a mudanças.
    Ora bolas, nunca foi tão simples, mas tem pessoas que se recusam a acreditar na ideia de que tudo pode mudar. E realmente acabou mudando. Quem disse que esses dois se falam? O garoto e a garota são tão orgulhosos a ponto de deixar uma amizade de lado por acharem que um ou outro está certo.
    Pra garota, o garoto sempre estava errado. Ele que nunca a visitou, que nunca fez nada pra acontecer o que o garoto sempre quis. Um simples beijo de língua, bem demorado. Prazeres... Prazeres... Oh, vida de merda! À primeira vista, uma coisa tão simples, mas na prática tão complicada.
    Reza a lenda de que a garota já sonhou uma ou duas vezes com esse beijo à francesa. Hoje o garoto duvida dessa possibilidade. Vários meses de dificuldades que o garoto já chega a questionar se o que se passou foi real ou não. Peraí... Parece aquele filme...... Inception, não é? Um sonho dentro de um sonho.
    Simples então, poxa! Bastava que o garoto acordasse, como se fosse um desenho animado: um belo de um beliscão. Que decepção, era a mais pura realidade. Os acontecidos eram tão reais como ele achava que eram seus jogos. Envolventes como um Xenosaga, um Final Fantasy ou qualquer um de seus outros RPGs.
    Mas teve um dia aí que o garoto resolve sair. Era um show cover de uma de suas bandas favoritas: Metallica. Ah, bastou que chegasse na casa que ele já foi direto ao caixa buscar o seu copinho de Jack Daniels. Duas pedrinhas de gelo, ele pediu. Aquilo e o som de rock tinindo em seus ouvidos foi o melhor remédio que ele poderia tomar.
    O problema é que ele demorou demais pra tomar o seu Jack Daniels e o mesmo ficou um tanto aguado. Mas poxa, eram só duas pedrinhas! Da proxima vez, ia no estilo Cowboy, purinho como foi feito.
    O bom foi que o garoto não lembrou uma vez sequer da garota. Entrou no meio da mosha, bateu cabeça como ninguém e quase ganhou um belo de um torcicolo. Jogou arcade com seus amigos, Sunset Riders, Street Fighter e Capitain Commando. Ah, como a vida é boa.
    Mas espera um pouco... Não era uma vida de merda? Na verdade não. O problema é simplesmente encontrar as pessoas certas pra se passar o tempo e aproveitar. Como já dizia o garoto: “Não é pouca porcaria, é muita porcaria”. De certo modo é bem vero, mas é estranho pensar, não é verdade?
    A partir daí, o garoto começa a imaginar... Será que é uma vida de tanta merda assim, ou ele que fez errado desde o começo? Ah, dane-se tudo! Do jeito dele, jamais que a vida seria uma vida de merda, mas que tem certas coisas que fazem falta, ah... Sim fazem falta. Mas e daí? Nem é uma vida de merda mesmo!